Quer mais leituras?

Voltar

A “Pérola do Tapajós” te espera

Mesmo já tendo passado a festividade do Çairé, em Alter do Chão, é meu dever dizer a vocês que ainda está aberta a alta temporada em Santarém, no oeste do Pará. Inclusive, sugiro que após ler esta edição da coluna, deem uma conferida se não está rolando alguma promoção de passagens aéreas para lá. Eu consegui uma na última hora e valeu por demais os 4 dias naquela região.

A baixa do rio Tapajós (prefiro dizer ‘baixa’ ao invés de ‘seca’) começou e a região já apresenta um cenário encantador de praias de rio e fazer jus ao apelido de “Caribe brasileiro”. A tendência é que este paraíso no coração da Amazônia fique ainda mais belo no decorrer deste período de poucas chuvas na Amazônia. Além das praias (o forte do turismo local) Santarém têm muito a oferecer para quem se propõe a mergulhar na culinária, artesanato, cultura e histórias da região. Uma boa pedida é fazer um passeio de barco, mas com cuidado para não fazer uma trilha que não compensa. Ah! E não esqueça de levar o protetor solar. Por lá, o sol se põe de forma esplendorosa, mas antes pode te castigar caso não tenha afinidade com as elevadas temperaturas e o pouco vento (clima seco, se podemos dizer).

Ao chegar na cidade digo que o ideal é alugar um carro – caso esteja em grupo, como foi no meu caso. Esta é uma das melhores maneiras para poder conhecer o maior número de praias que surgem na região. Ainda não há serviço de Uber em Santarém e o único aplicativo de transporte de passageiros que funciona por lá é o 99. O serviço é falho, mas pode ajudar. Transporte coletivo é em conta (3 reais a passagem de ônibus) – inclusive peguei um busão do aeroporto até o hotel onde me hospedei no primeiro dia. Somente depois é que fomos buscar o carro na locadora.

De qualquer parte da orla você vai poder admirar o encontro das águas do rio Tapajós e Amazonas, um espetáculo da natureza que se torna uma espécie de cartão postal. O nosso foco foram as praias, por isso não tenho muito o que apresentar sobre um passeio no espaço urbano de Santarém. Sei dizer que a caminhada pela orla é obrigatória – inclusive, têm museus próximos que rendem um bom passeio e foto. Também tem o mercado, onde pela manhã é possível ver botos indo se alimentar com as cabeças e sobras de peixe que os feirantes jogam para ele – não fiz essa parte do passeio porque tem que ir cedo e eu sempre acordava tarde. Ah! Uma parada obrigatória é no Açaímania, um carrinho de lanche que toda noite funciona próximo ao Massabor, próximo ao letreiro “Eu ❤ Santarém”.

Em relação a culinária, conheci a peixaria da Rayana – famosa na cidade, mas confesso que não achei o sabor dos pratos extraordinário. Além dos valores serem um pouco “salgados”. Mas quem quiser conhecer, acho que vale a experiência.

Passeios
Então, uma informação importante que posso compartilhar com vocês é que a maior parte dos passeios podem ser feitos de carro (por isso alugar um pode melhorar ainda mais o aproveitamento das viagens). Nas praias – principalmente em Alter do Chão – haverão dezenas de barqueiros oferecendo passeios, particularmente não acho vantajoso dependendo do serviço oferecido. Isto porque na pratica o roteiro sugerido são por praias que ficam próximas ou quase uma ao lado da outra e cujo acesso por terra vale uma aventura cheia de adrenalina também. Te digo que o passeio de barco só será compensatório se for para a região do rio Arapiuns, em frente a cidade de Santarém e que percorre praias em áreas de reserva ambiental.

Casa do Saulo
Ir a Santarém e não conhecer o restaurante ‘Casa do Saulo’ é quase que o mesmo que não conhecer a “pérola do Tapajós”. O lugar tem uma estrutura excelente e um atendimento acolhedor. Tem um mirante que te faz ver a floresta, o rio e a paisagem encantadora da região de Carapanari.
A estrada de acesso fica bem próximo ao aeroporto de Santarém. De piçarra ou terra batida, é toda sinalizada com placas que apontam para a casa. A gente sabe que está perto quando caminho parece uma trilha dentro de um bosque. Ah! Se ativarem o GPS ele vai levar vocês pela estrada antiga. Atentem para as placas na estrada, elas indicam o melhor e mais rápido trajeto. Chegamos lá de manhã, ainda estávamos sem apetite, mas tomamos uns drink’s e refrigerantes para amenizar o calor. Preço justo pelo que consumimos.
É possível descer por uma escadaria até a praia de Caranapari, pouco frequentada.

Alter do Chão
Distante a aproximadamente 35 Km do centro da cidade, é o principal produto de venda para o turismo e não é difícil compreender o porquê. A estrada é ótima e asfaltada. Lugar de muitos encantos, a começar pela paisagem. A única reclamação que tenho é sobre o atendimento pouco acolhedor na maioria dos hotéis e pousadas por onde passamos para verificar se havia quarto disponível – como está na alta temporada, quase não há leitos desocupados. Conseguimos um quarto triplo no hotel Casa Verde (fica a dica) onde fomos bem recebidos e atendidos. Serviço ótimo!

Há muitas lojinhas de artesanatos e roupas, mas nem todas tem um preço em conta – de fato, Alter me pareceu para o turista internacional em alguns aspectos, porém nada tira o brilho da região.
A ilha do amor em frente à vila, como é chamada a praia, é um charme. A travessia, ainda nesse período, é feita somente de canoa (5 reais cada travessia, lotação máxima de 4 pessoas por canoa) e não demora nem 5 minutos.

De um lado da faixa de areia o rio forma marolas, do outro as águas são bem calmas. Mergulhos refrescantes. A base do cardápio é peixe – apesar de dizerem que o Tucunaré é típico de lá, vimos muitos pratos feitos a partir de pirarucu. Na barraca em que ficamos, um prato executivo (25 reais) serve duas pessoas.

Uma boa dica é alugar pranchas de SUP e caiaques (30 reais a hora) e passear sobre as águas do Tapajós. Ficou pendente para a próxima viagem fazer a trilha da Piraoca, que não fizemos porque acordamos tarde.

A vida noturna de Alter do Chão é bastante animada. Todos os bares e restaurantes oferecem musica ao vivo. Não deixem de experimentar o sorvete na nuvem, em Alter. Fica perto da orla.

Praia do Pindobal
Tranquilidade no paraíso. Foi o que encontrei quando conheci a praia do Pindobal, em Belterra. Pertinho de Alter do Chão (cerca de 8 Km de distância) indo pela estrada de piçarra. Lá dizem que é um dos melhores lugares para apreciar o por do sol – na verdade toda as praias de Santarém e região próxima vão vender esse discurso e, de fato, todas apresentam um cenário ideal para se despedir do dia e dar boas vindas a noite santarena. Para o nosso azar… Uma nuvem cobriu o sol e voltamos para Alter antes do previsto e conseguimos admirar o por do sol de lá.
Barracas de palha e cadeiras de madeira estão montadas bem próximas da água para deixar o ambiente mais agradável.

Praia de Ponta de Pedras
Outro paraíso que também fica próximo a Alter do Chão. Seguindo de Santarém para Alter, fica em um ramal de piçarra e areia dobrando à direita. É um dos points favoritos para quem gosta de acampar. Parte da areia da praia vira um camping (barracas montadas). Geralmente esse lugar fica com uma vista favorecida para contemplar o por do sol. A boa pedida foi tomar uma água de coco enquanto aguardávamos a bola vermelha do sol sumir no horizonte. Ah! O por do sol em Santarém costuma ser por volta de 18h30/19h.
No geral tem uma estrutura parecida com a praia do Pindobal. O diferencial é que pedras (rochas) compõem a paisagem. Quando estivemos lá, o nível do rio ainda estava alto e víamos apenas a “copa” das rochas que medem até 4 metros de altura, dizem os moradores locais.

Por Denilson D´Almeida, Colunista Pará Trip