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Nova onda de Covid avança negativamente no cenário do turismo

Por Christina Hayne
(DRT 1759/PA)

No Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no mundo, mais uma vez, os eventos são cancelados, festas de fim de ano adiadas, fechamento de bares mais cedo voltam a ter validade, lockdowns decretados em várias cidades, enfim, a falta de consciência de parcela significativa da humanidade, que leva a desconsiderar a gravidade da pandemia pelo coronavirus, e, nesse contexto, também da população brasileira, ainda impera e faz com que o isolamento social e as regras de segurança para reduzir os riscos de contaminação pela Covid-19 sejam descumpridos. O resultado desse cenário é a curva de mortes e contágio diários ascendentes em todo o Brasil e em vários outros países.

O Brasil já virou a casa dos 7 milhões de infectados. De acordo com o boletim do último dia 16 de dezembro, do Ministério da Saúde (MS), foram confirmados 70.574 novos casos por Covid-19 e os hospitais e unidades de saúde voltaram a atuar no limite da capacidade.

O cenário atual da pandemia volta a comprometer fortemente o setor turístico, que vinha, aos poucos, retomando a tendência de normalidade. Gilson Machado, novo ministro do Turismo que ocupou a pasta recentemente no lugar de Marcelo Álvaro Antônio (ex- ministro), segundo a Agência Brasil, apela para que os governantes não decretem lockdown. “Essa postura irá prejudicar enormemente o trade turístico. O segmento não suportará um novo fechamento”, declarou o novo ministro do Turismo.

No Pará, as festividades também foram canceladas e a novidade é que o Governo do Estado não fará recesso neste fim de ano e os órgãos públicos não irão fechar. A situação no Pará tensiona empresários do setor do Turismo. Em Salinópolis, por exemplo, o juiz Antônio Carlos de Souza, da Vara Única da Comarca do município proibiu a realização de shows e eventos que promovam reunião reduzidas e aglomerações durante a virada de ano. Foram mais de 150 eventos particulares cancelados. Segundo o magistrado, “ em caso de descumprimento a multa será superior a R$ 200 mil”. Para garantir o monitoramento a Prefeitura de Salinópolis terá que adotar normas severas de distanciamento social.

“Lago da Coca-Cola” rodeado por dunas com a praia do Atalaia ao fundo.
Imagem: Rodolfo Oliveira-Agência Pará

As festas de fim de ano em Algodoal, no município de Maracanã, um dos principais destinos de fim de ano no Pará, também estão suspensas. As proibições se estendem por menos de 24 horas. O decreto vale para o dia 24, véspera de Natal, de 18 h até às 12h do dia 25. Na virada de ano, as aglomerações e festas também estão proibidas do dia 31 ao dia 01 de janeiro de 2021.

Praia de Algodoal.

A capital paraense também terá bares e casas noturnas fechadas, mas os shoppings podem continuar com as viradas de natal. Essa determinação é do juiz de Direito Raimundo Rodrigues Santana que prevê que bares, restaurantes, lanchonetes, barracas, casas noturnas, boates e similares e ainda confraternizações de qualquer natureza em clubes, condomínios, espaços públicos, hotéis, além de shows musicais e pirotécnicos em ambientes abertos estão proibidas nos dias 24, 25, 31 de dezembro de 2020 e 01 de janeiro de 2021.

Na região oeste do Pará, em Santarém e Alter do Chão, o decreto municipal nº 366/2000 cancela as festividades públicas de programação de natal, Réveillon e Carnaval 2020. O decreto libera somente festas, shows, eventos comerciais e particulares com 50% da capacidade máxima da lotação do estabelecimento, não ultrapassando o quantitativo de 300 pessoas. Já em Oriximiná, o decreto municipal nº 204/2020, suspendeu o toque de recolher e liberou a realização de eventos festivos com a participaçao de até 200 pessoas.
No Brasil a cena se repete, nos estados da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e entre outros, São Paulo onde interior e capital, também adotaram determinações de fechamento de espaços públicos e eventos a fim de conter o avanço do contágio da doença com a redução das aglomerações.

Rio de Janeiro está tentando interromper o ciclo de ascensão do contágio do vírus que vem matando cada vez mais pessoas e por isso, eventos de fim de ano também estão suspensos, assim como, em cidades de praia.

Em Búzios, por exemplo, o colapso do Sistema de Saúde no município fez com que na última quinta feira, 17, a Justiça determinasse o fechamento das praias e em um prazo máximo de 72 horas para que todos os turistas deixassem os hotéis e voltassem para suas cidades de origem. A Justiça ainda determinou o impedimento em fazer novas reservas por meio do setor hoteleiro, caso contrário, poderão ser fechados. O exemplo de Búzios, no Rio de Janeiro, é apenas um municípios entre vários que estão tendo posicionamentos mais bruscos por parte de seus gestores ou da Justiça, para tentar conter o avanço quanto ao aumento de novos casos de contágio pelo coronavírus.