Quer ver outras opções?

Voltar

Polo Amazônia Atlântica

Polo Amazônia Atlântica: paisagens, diversão e cultura.

Engana-se quem pensa que o Pará é feito somente de água doce. É claro que são marcas dos paraenses os rios caudalosos como o Tapajós, Tocantins e Xingu, as vias de navegação pelo estado, além dos igarapés e riachos que formam os tão procurados balneários. Mas, em terras paraenses também é possível encontrar belas praias de água salgada; um presente do Oceano Atlântico ao Pará. E tem praia para todos os gostos; das mais rústicas e simples até as badaladas, com casas luxuosas em seus arredores e festas durante o veraneio. Enfim, por aqui o veraneio ocorre principalmente no mês de julho, período que coincide com o início das férias escolares e o cessar das chuvas na região.

Praia e festa? A pedida é Salinas.

O município de Salinópolis é a porta de entrada da Amazônia Atlântica. Conhecida como Salinas, a cidade fica cerca de 214 quilômetros da capital paraense. Em Salinas, a praia mais movimentada é a do Atalaia, principalmente no mês de julho, quando a cidade recebe aproximadamente 300 mil visitantes. A paisagem da praia é fantástica, há poucos minutos da cidade, o visitante encontra uma extensa faixa de areia fina e águas propícias para esportes aquáticos, como o windsurf e surfe.

Atalaia chama atenção por permitir o livre tráfego e estacionamento de veículos na areia, que acabam disputando espaço com os banhistas, por ocasião da alta temporada. Também é necessário um cuidado redobrado com a subida da maré, para que os carros estacionados na praia não venham atolar quando a água chegar.

Por ser a mais movimentada de Salinas, a praia do Atalaia reúne diversos bares e restaurantes, com venda de peixes regionais, além de pousadas de diversas classes. Outra atração que chama atenção do turista é o Morro da Coca Cola, grande duna de areia que resguarda em seu topo um lago de água doce e escura, quase da cor do refrigerante que o batiza. A subida cansativa e debaixo de sol forte é recompensada com o banho nas águas geladas e doce, ideal para quem quer tirar o sal do corpo e se refrescar.

A vizinha do Atalaia é a praia do Farol Velho. Juntas elas se estendem por cerca de 20 quilômetros de extensão. Esta é menos tumultuada, sem perder a badalação. A Praia do Farol Velho tem paisagem marcada por pedras e beleza mais rústica, mas também conta com boa estrutura de restaurantes. No local, estão localizadas algumas mansões de veranistas.

Para quem gosta de um lugar mais reservado, a dica é a vila de pescadores Cuiarana. Lá, os visitantes podem encontrar as praias do Cruzeiro e do Amor, com água salgada, porém sem ondas agitadas. A vila conta com estrutura de restaurantes, hotéis, e paisagens exuberantes. Outras localidades menos exploradas que fazem parte de Salinas são a Praia da Marieta, Praia de Maria Baixinha e Ilha do Pilão.

No centro da cidade, está a praia da Corvina. Localizada no fim da praia do Maçarico, a Corvina é acessada via passarela por cima de um mangue. O local não possui barracas de venda e só é acessível para pedestres, sendo uma das mais tranquilas da cidade. É ali perto, na Orla do Maçarico, que a noite de Salinas acontece. Um extenso calçadão com bares, restaurantes e praças de alimentação forma a orla. O local também é propício para compras, com inúmeras lojas de moda praia e feirinhas de confecções. Na alta temporada, o Maçarico também é palco de apresentações culturais.

Além da culinária tradicional, a gastronomia da cidade é marcada pela apreciação de peixes da região do Salgado, como a pescada amarela, a gó e a pratiqueira. Outra iguaria que faz sucesso na cidade é a ostra. Comumente vendida nas barracas ou por ambulantes nas areias, a iguaria ganhou recentemente um festival gastronômico para chamar de seu. Muito mais que atrair visitantes na baixa temporada, o Circuito da Ostra também é uma forma de promover a ostra de cultivo, que ajuda no sustento de diversas famílias do nordeste paraense.

Da paisagem à cultura: um passeio pela Pérola do Caeté

E por falar na junção de paisagens naturais e riqueza gastronômica, há outro local da região nordeste no Pará que representa bem essa mistura: a cidade de Bragança. Conhecida por sua cultura, história, tradições e belezas naturais, Bragança fica a 210 quilômetros de Belém, indo pelo caminho mais rápido. Agora, existe outro trajeto possível e bastante utilizado para quem quer conhecer outros municípios e se deliciar nas águas geladas dos igarapés da região. É a rota turística da Estrada de Ferro Belém-Bragança, que refaz o caminho da antiga Maria Fumaça. Esse trajeto tem 223 quilômetros e passa pelas cidades cortadas pela ferrovia que ligava a capital aos municípios do nordeste paraense, no final do século XIX e início do século XX.

Bragança fica à margem do Rio Caeté, posição que fez com que o município ficasse conhecido como a Pérola do Caeté. É ali na beira do rio que a cidade concentra sua efervescência cultural. Bares com música ao vivo, lanchonetes e restaurantes fazem da orla do Rio Caeté um dos principais pontos de encontro dos bragantinos durante todo o ano. No local, é possível apreciar alguns petiscos tradicionais e pratos típicos, já que a cidade é conhecida também por sua gastronomia.

Devido à vegetação de mangue que predomina na região, Bragança é a terra do caranguejo, sendo a maior exportadora da carne do crustáceo no Brasil. Pode ser encontrado na forma “toc-toc”, quando cabe à própria pessoa retirar das patas a carne do animal, ou com a carne já tirada. Outra iguaria pela qual Bragança é conhecida é a farinha de mandioca. Patrimônio imaterial da cidade, é tida como a melhor farinha do Pará, sendo responsável pelo sustento de mais de 4 mil famílias do município. É a farinha d’agua lavada, crocante e “baguda” a mais procurada entre as quase duas toneladas das farinhas produzidas mensalmente na cidade.

Bragança tem movimento em diversos períodos do ano. Desde o reveillon, o carnaval com os blocos tradicionais, as festas juninas com comidas típicas e concurso de quadrilhas, o mês de julho, quando o veraneio leva programação cultural à orla e praças da cidade, além de reunir os foliões para a micareta fora de época, o CarnaBragança, o círio da cidade – no segundo domingo de novembro –, até a Marujada de São Benedito, o maior símbolo cultural bragantino, cujo o grande momento é o dia 26 de dezembro.

Mal acabou o Natal e Bragança já está ali, vestida de cores e fitas em louvor ao santo preto. Os marujos e marujas tomam as ruas da Pérola do Caeté em uma grande festa, misturando o sagrado e o profano, posto que, apesar de ser realizada pela Igreja Católica, é uma tradição iniciada por escravos no século XVIII, possuindo forte sincretismo religioso. Durante o dia, procissão, oração e tradições católicas. Depois que a imagem do santo chega na Igreja de São Benedito na orla, a festividade continua com a tradicional dança dos marujos no barracão, onde sete tipos de dança são executados, sendo as principais o xote bragantino e o retumbão.

Vale ressaltar que, apesar do dia 26 de dezembro ser o ápice da festa, a manifestação religiosa bicentenária começa com peregrinações ainda no mês de maio. A devoção ao santo é tão forte que fez com que Bragança ganhasse em 2010 um novo ponto turístico: o Mirante de São Benedito. Distante 6 km da cidade, na Vila do Camutá, o mirante fica do outro lado do Rio Caeté, permitindo uma visão privilegiada da orla e de Bragança, seja de dia, ao pôr do sol, ou à noite com as luzes da cidade.

Por ser a segunda mais antiga do Pará, a cidade também preserva uma beleza arquitetônica que a diferencia dos demais municípios do nordeste paraense. No centro de Bragança, construções que refletem a influência da colonização europeia no desenvolvimento local. Igrejas, casas familiares e escolas integram essa lista.

A apenas 36 km de Bragança, está a praia de Ajuruteua, acessada pela PA-458. No caminho, já é possível ter uma prévia do que vem pela frente. O trajeto possui paisagem formada por manguezais e povoada de guarás, garças e outras aves. Ao chegar na praia, o visitante se depara com uma das praias mais bonitas do estado. A longa faixa de areia permite sentar de frente para o mar, de águas fortes, e apreciar alguns dos peixes e iguarias vendidas nas barracas de comida e pousadas do local. Diferente do Atalaia, em Salinas, Ajuruteua não permite o tráfego de veículos, o que torna a praia mais limpa e segura para famílias. A pesca e extração de caranguejos pela população nativa são as principais atividades econômicas da região, por isso o local também abriga a pequena e bucólica vila dos pescadores.

Menos explorada que Ajuruteua, outra atração é a praia da Ilha do Canela, habitada apenas por pescadores locais. Com águas transparentes, a Ilha preserva um dos maiores ninhais de guarás do mundo e a revoada dos pássaros é um espetáculo à parte.  Fica localizada a 10 Km da costa de Bragança, com acesso a partir dos portos de Taperaçu e do Castelo, em barcos tradicionais. Por ser reservada, a Ilha é bastante procurada para acampar.

Além da praia, os arredores de Bragança também são repletos de igarapés, que acabam sendo pontos de descanso dos bragantinos nos fins de semana. Há para todos os gostos, desde os balneários abertos para um bom banho de rio e passeio, até opções que oferecem conforto e hospedagem.