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Polo Marajó

Natureza e cultura no Marajó, a paradisíaca Amazônia insular

Existe uma música popular paraense que diz: “Quando eu morrer, se eu não for pro céu, eu vou lá pro Marajó montar num cavalo baio debaixo das cores do sol”. Pela letra da canção, dá para se ter uma ideia do que o Marajó representa para os paraenses e para quem o visita: um paraíso.

O Marajó é a maior ilha flúvio-marítima do mundo. Ao norte do Pará, o arquipélago é banhado pelo Oceano Atlântico e pelos rios Amazonas, Pará e pela Baía do Marajó. O resultado dessa mistura? Paisagens naturais com campos alagados, belas praias,  fauna e flora ricas, fazendo da região um santuário ecológico, transformado em Área de Proteção Ambiental.

Turisticamente, os municípios mais procurados são Soure e Salvaterra, por serem as cidades com maior infraestrutura para receber visitantes. Apenas o rio Paracauari está entre as duas. Então, para ir de uma a outra é necessário pegar uma balsa, em uma travessia que dura cerca de 15 minutos, com embarcações saindo de hora em hora.

Salvaterra é a porta de entrada mais comum do Marajó. É onde aportam os barcos e as balsas – ideais para quem quer ir de carro – que partem do Distrito de Icoaraci, a 20 km do centro de Belém. A chegada da viagem, que dura cerca de três horas, é no porto de Camará, em Salvaterra. Desde 2017, também é possível ir para o Marajó saindo do Terminal Hidroviário de Belém, em uma lancha que realiza viagens de segunda a domingo, com duração de duas horas e aporta na cidade de Soure.

História e natureza se destacam em Salvaterra

É em Salvaterra que se localizam duas das praias mais famosas da região. A Praia Grande, localizada na zona urbana e bastante frequentada por turistas. No local, é possível encontrar boa infraestrutura de hospedagem, bar e restaurante. Na alta temporada, a praia também recebe programações culturais e festivas.

Outra praia que chama a atenção por sua beleza está na vila de Joanes. A cerca de 16 km de Salvaterra, o lugar é marcado pela presença de ruínas jesuítas do século XVII. Mais primitiva, a praia é um convite ao sossego, com paisagem marcada pela presença de árvores grandes que oferecem abrigo contra o sol. A água, ás vezes mais salgada, ás vezes mais doce, é uma mistura permitida pela presença do Rio Amazonas e do Oceano Atlântico, propiciando um banho morno e agradável.

Na cidade, ainda estão a Praia dos Pescadores – que apesar de não ser própria para banho, oferece uma paisagem privilegiada – e a Praia de Salazar, com beleza exótica, trilhas, mangues e biodiversidade. Entre as belezas naturais, destacam-se os campos alagados – marca da vegetação da região –, ilhas e diversos igarapés de água gelada.

Salvaterra, além desses atrativos, também se destaca por sua forte cultura. Há diversos grupos folclóricos, que se apresentam em festivais e eventos da cidade, regados a muito carimbó e danças nativas da região, como o lundu, a invernada marajoara e a dança do vaqueiro do Marajó.

As belezas naturais da “capital do Marajó”

Por ser maior e mais bem estruturada, a cidade de Soure é conhecida como a capital do Marajó. O município concentra a maior parte dos atrativos da região, com grande riqueza natural, algumas das mais belas praias, fazendas, campos alagados e bastante contato com a natureza. A cidade, da mesma forma, chama a atenção por sua riqueza patrimonial, presente nas construções antigas, no artesanato e na gastronomia. O búfalo é o grande símbolo de Soure. É comum encontrar um pastando tranquilamente pelos cantos da cidade. Eles são utilizados como meios de transporte e muitos turistas aproveitam para dar uma voltinha em cima do animal.

A praia mais visitada é a do Pesqueiro, distante 13 km do centro da cidade e é acessada via estrada. O local reúne maravilhas como água doce e paisagem, mesclando a praia à floresta. Dá para ficar um dia inteiro por lá, saboreando os peixes regionais nas barracas de comidas e descansando nas redes oferecidas aos clientes, para um completo repouso. E, claro, é possível fazer um imperdível passeio de búfalo pelas areias da praia.

Outra praia bastante procurada é a da Araruana. A três quilômetros do centro, possui infraestrutura mais simples e paisagem marcada pela presença de palmeiras e garças ao redor e no trajeto. Há também as praias Barra Velha e Garrote. Descobertas a menos tempo, ambas preservam um clima rústico e sossegado, com manguezais e pouca infraestrutura, ideais para quem quer fugir do agito.

Soure concentra parte de seus atrativos turísticos em propriedades privadas, como as fazendas Araruana, São Jerônimo e Bom Jesus, que oferecem passeios monitorados em búfalo, trilhas, além de degustação da culinária local e preservam paisagens exuberantes.

E por falar em culinária, a gastronomia local, e não podia ser diferente, tem como grande diferencial o búfalo. Vem do animal um dos queijos mais saborosos e de grande exportação estadual. O queijo de búfala, ou do Marajó (como é conhecido), vai bem em diversos pratos, sendo um dos mais pedidos o filé marajoara, servido em diversos restaurantes da região. E para quem quiser conhecer mais sobre essa produção, é possível visitar os laticínios Mironga ou Péua.

Como nem só de natureza vive o turista, Soure também possui belas heranças arquitetônicas, expressas em construções como a Capela São José e a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. A riqueza patrimonial do município está principalmente em seu artesanato, tendo como base a cerâmica marajoara, o couro de búfalo e o artesanato indígena. Em diversas casas de arte, é possível não só adquirir peças e souvenirs, mas também acompanhar a confecção dos produtos, podendo apreciar a arte ganhando forma pelo talento dos marajoaras.