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Show “Vida é Sonho” do Renato Torres celebra 30 anos de carreira

Música, poesia e teatro dão vida ao trabalho de estreia de Renato Torres. Iniciado em 2012 como um projeto solo que iria do show ao disco, “Vida é Sonho” se tornou um projeto de vida: gerou um home estúdio (o Guamundo, onde o disco foi gravado), um livro (o Perifeérico), um alter ego (o Brincante), e após seis anos de trajetória, finalmente, chega ao mundo como um marco pelos 30 anos de carreira do compositor.

Nesta quarta-feira (20), Renato Torres apresenta seu primeiro trabalho solo com um show no Teatro Experimental Waldemar Henrique. A noite vai contar com lançamento de três registros audiovisuais, chamados por Renato de “videosonhos”, dirigidos por João Urubu. Os ingressos custam a partir de R$ 10.

Reunindo timbres acústicos em torno de canções moldadas entre poesia e melodia, “Vida é Sonho” finca suas raízes oníricas na música do Pará com a mesma banda que iniciou o projeto: Rubens Stanislaw (baixo), Diego Xavier (bandolim, vocais), Rodrigo Ferreira (teclado) e João Paulo Pires (percussão).

Em “Vida é Sonho” lirismo e delicadeza confrontam-se com a dureza da existência trazendo matizes inesperados, mostrando que o sonho – tanto quanto o pesadelo – faz parte da vida cotidiana. Este trabalho de estreia não é simplesmente um álbum de canções, mas um projeto ligado à vivência mais íntima do artista múltiplo. “O álbum reflete as atmosferas conseguidas durante as apresentações ao vivo, onde a camada cênica e o fluxo da poesia desenham uma relação especial entre o artista (o Brincante) e o público”, define Renato Torres.

“Arrisco dizer que essa dimensão onírica que está em pano de fundo combina com tudo o que o Renato fez até aqui. Não é um simples detalhe que o músico quase nunca (ou nunca?) apareça como ele mesmo, isto é, como um cantor e compositor ‘comum’; é sempre um avesso, um palhaço encantado, uma fantasia, traz sempre algo que inquieta alguns e movimenta outros, deslocando-os de seus lugares seguros”, diz Henry Brunett, que divide com Renato a canção “O Mar”.

Com selo Na Music e gravado totalmente independente, o álbum traz doze canções feitas por Renato em parceria com Edir Gaya, Jorge Andrade, Nanna Reis, Ronaldo Silva, Henry Burnett, Dionelpho Jr., Daiane Gasparetto, Alice Belém, Paulo Vieira e Valéria Fagundes, além das participações especiais de Camila Honda, Carol Magno, Jade Guilhon, Valéria Fagundes e Armando de Mendonça.

Vídeosonhos – Para o espetáculo de lançamento, “Vida é Sonho” vai incluir os videoclipes dirigidos por João Urubu. Tratados de forma conceitual e sensível por seu diretor-sonhador, as três peças audiovisuais compõem uma cenografia alegórica para a riqueza poética contida nas canções do álbum, além de uma parceria inédita com Renato Torres na canção “Faça o Favor”, que encerra o espetáculo.

Renato fez o convite para João produzir um vídeo. Ao enviar as doze canções do disco, João escolheu três canções, as que lhe tocaram profundamente. “Foi quando surgiu a possibilidade de gravar dentro da casa onde nasci e cresci. A casa acabara de passar por uma reforma para ser alugada, era literalmente uma página em branco onde eu podia tecer minhas impressões sobre o que as canções do Renato me proporcionaram. Trazê-lo e registrá-lo dentro da casa – vazia – onde eu nasci é exatamente trazê-lo para o meu cerne”, conta João Urubu.

Segundo Renato, foi ao tratar as legendas dessas três filmagens que encontraram o termo videosonho; “foi para designar a função do diretor, e ao invés de dizer ‘um filme de João Urubu” lê-se ‘um sonho de João Urubu’. Essa escolha estética e conceitual parece simples e óbvia, mas percebo que ela confirma um dado precioso deste projeto, contido também em seu título: um sonho não se torna real, ele sempre é uma realidade; uma realidade que se molda, se transforma, plástica e contínua, em fluxo de devir, como a memória, como o tempo. Como a própria vida”, pontua.

Confira cada videosonho, descrito por Renato Torres:

“Amanhecer” (Renato Torres e Daiane Gasparetto) – respira entre o movimento rubro dos corpos das dançarinas Carmem Virgolino e Carla Baía, e a tessitura da amizade dos compositores, também presentes nas imagens, que envolvem num abraço incontido os olhos do espectador;

“Que quer dizer cativar?” (Renato Torres) – revolve a terra úmida de nossas infâncias e adolescências na presença quase mítica do ator Cleber Cajun, evocando a sua porção petit prince: o ethos lúdico de sua performance não é ao acaso, busca reafirmar o dito quem cria está de criança, presente na raiz de seu trabalho como artista;

“Vida é Sonho” (Alice Belém e Renato Torres) – João promove o encontro metalinguístico entre Renato Torres e seu eu lírico, o Brincante, numa espécie de jorro de reminiscências quase esquecidas de noites sonhadas ao longo da vida – ao fim e ao cabo, corre-se ao cais para se reencontrar os sonhos perdidos, e orquestrar suas asas novamente em voo de infinitude.

Audição – O álbum “Vida é Sonho” está disponível para audição nas plataformas de estreaming do artista. Acesse: http://bit.ly/VidaeSonho. Os vídeosonhos serão disponibilizados posteriormente no canal: http://bit.ly/YtRenatoTorres.

Serviço:

“Lançamento do álbum físico “Vida é sonho”, de Renato Torres + três videosonhos, de João Urubu”

Nesta quarta-feira (20), às 20h, no Teatro Experimental Waldemar Henrique (Av. Presidente Vargas, 645 – Campina)

Participações: Armando de Mendonça, Camila Honda, Carol Magno, Daiane Gasparetto, Jade Guilhon e Valéria Fagundes

Ingressos: R$10 | ingresso + CD: R$ 20

Informações: (91) 98426-6534