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Sobre quando a arte se inspira na floresta

Por sua proximidade com a capital paraense, a ilha do Combu é um dos destinos mais procurados por quem busca uma rápida fuga no final de semana. De fácil acesso, repleta de pequenos bares e restaurantes, atrai também turistas que podem desfrutar da floresta sem precisar sair de Belém.

Além da natureza, as pessoas encontram vários bares e restaurantes. O acesso é super fácil, pela Praça Princesa Isabel, no final da Alcindo Cacela, em confluência com a Bernardo Sayão, num limite entre os bairros Guamá e Jurunas.

O lugar, além disso, também já foi cenário para o cinema. Foi lá que filmamos em 2010, “Ribeirinhos do Asfalto”, dirigido por Jorane Castro, sendo ainda o primeiro curta-metragem protagonizado pela atriz Dira Paes. O teatro também já bebeu desta fonte. Em 2008, foi local de pesquisa para o espetáculo “Parésqui”, do Usina de Teatro, com direção de Alberto Silva Neto. E agora mais recentemente, o Combu inspira a música.

Nesta semana, o guitarrista Leo Chermont (Strobo) lançou nas plataformas digitais, o álbum “Kumbu”, produzido ao longo da pandemia, quando ele teve contato com moradores das pequenas ilhas mais próximas de Belém. Durante uma ação de entrega de cestas básicas, ouviu histórias que o impactaram e acabaram resultando em um documentário e em um videoclipe, da música “Rio”, lançado há cerca de duas ou três semanas.

O guitarrista nutre há algum tempo um fascínio pela floresta e seus cheiros, cores e sonoridades. Isso já o levou a viajar para diferentes pontos da Amazônia brasileira, sempre com um gravador na mão, registrando paisagens sonoras. Para fazer o novo trabalho, com foco no futuro das populações que vivem nas fronteiras entre o concreto e a natureza, ele também levou uma câmera de vídeo.

“Kumbu” é música pop e é guitarrada ribeirinha falando do rio, resultando num projeto musical cheio de reflexões acerca do futuro dessas famílias na iminência do crescimento da cidade em direção à floresta. Leo coletou depoimentos de moradores do Combu e também da Ilha do Maracujá e da Ilha das Onças. A questão principal foi entender o que mudou desde a popularização do turismo nos rios e furos ao redor de Belém.

O documentário com as entrevistas completas está previsto para ser lançado no início de 2021.

Acessem nas plataformas de streaming de música
Mais informações: http://instagram.com/leochermont

Por Luciana Medeiros, Coluna “Holofote Virtual