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VoltarBanda Caferana Top é atração do Fest Cametá no sábado, 26
Sucesso há gerações no Estado do Pará, a banda natural de Cametá, no nordeste paraense, Caferana Top, é atração na primeira edição do Fest Cametá, em Belém, neste sábado, 26, a partir das 21h30, onde vai entregar um mega show que tem como objetivo fomentar a cultura e disseminar os artistas produtores de Música Popular Paraense (MPP) no município que dá nome ao evento.
“Sempre buscamos fazer com que todos os nossos shows sejam tão especiais quanto o primeiro, por que o público que nos acompanha e nos dá o gás que precisamos para seguir em frente, merece sempre um evento da melhor qualidade possível, sei que vai ser muito lindo, esperamos por todos lá, comenta Thamires Nascimento, vocalista do grupo.
A Caferana Top, banda de tradição familiar, que passa de geração em geração no município, carrega nas suas músicas e no seu nome, uma ancestralidade cultural do Pará, por carregar consigo uma identidade típica da região norte, que junta na arte musical, as tradições e ritmos construídos há gerações no nosso estado, sendo uma das bandas tradicionais mais antigas ainda em atuação.
Conhecida como “As Caferanas”, os grupos que carregam este nome fazem parte das bandas em ação mais antigas do Pará, muito popular na região do Baixo Tocantins, tendo surgido em janeiro de 1914, na região de Pacuí, no interior de Cametá, onde costumava se chamar “Banda Pátria Amada”, que se manteve com esse nome por exatos um ano, e no dia 26 de Janeiro de 1915, em um dos ensaios da banda, um dos seus integrantes, o mestre Satiro, apresentou aos demais integrantes uma novidade, segundo nos relatam os integrantes atuais, inspirada em um instrumento semelhante a uma flauta só que feito a partir da madeira de uma árvore típica da região, muito usada na confecção de varas de pescar, a Caferana. A novidade atraiu a curiosidade e as brincadeiras dos demais colegas da banda e daquele dia em diante a Banda Pátria Amada teria um novo nome: Caferana.
O novo estilo gerou estupendo sucesso e a banda cresceu e se tornou famosa pelo som de sua inconfundível “metaleira” (sonoridade dos instrumentos metálicos de sopro). De 1945 a 1960 a banda se destacou por fazer um som eclético, de excelente qualidade e que se constituía num diferencial na época. Com o passar dos anos, foram surgindo diversas bandas oriundas e conectadas à Caferana, como as bandas Caferana Melodia, Caferana Harmonia, e agora a banda Caferana Top, com sua nomenclatura que antes se chamava Caferana Pop.
A influência da música americana, amplamente difundida nas rádios do Brasil nos anos 30, fez com que nos interiores de Cametá chegassem os acordes do Jazz (ritmo musical de origem Norte-Americana que utiliza prioritariamente instrumentos de sopro e percussão). Sintonizada com seu tempo, a Banda Caferana então passou a incluir no seu repertório o novo estilo musical que também é adotado no nome da banda que de 1930 a 1945 passou a se chamar “Jazz Orquestra Caferana”.
Ao manter sempre sua identidade original, a atual formação da banda é integrada por: Vivi Alves, Thamires Nascimento e Breno Louzada nos vocais; nos metais tem os músicos: Anildo Viana no som contagiante do sax, no trombone tem Arielson e no trompete quem assume é Nei; já no baixo temos Heberton Viana (Gato); na guitarra Robson Viana, na bateria Maykinho; na percussão Vicente e nos teclados Deninho.
No evento deste final de semana, o público pode esperar um show que vai ser uma verdadeira viagem musical, onde no repertório, o grupo vai abordar grandes sucessos da música brega paraense, além de sucessos consagrados na história musical da banda, como a música sensação “Rainha da festa”, além de encerrar com chave de ouro, com marchinhas de carnaval que são a verdadeira assinatura de uma banda natural de Cametá.
A Caferana Top é consagrada como sendo uma das bandas mais requisitadas para festivais, eventos culturais na cidade de Belém e no interior do Estado. Seu nome significa cultura popular, saberes do povo, e a essência da banda é exatamente esta, a de valorizar o talento e a musicalidade de cada membro, mesclado a uma imensidão de sons e arranjos vindos dos instrumentos.