Uma das bebidas mais tradicionais do país, a cachaça conquista cada vez mais o paladar do consumidor paraense. Se antes ela era vista com estigma, hoje alguns fãs e colecionadores chegam a pagar milhares de reais por uma garrafa de safras mais exclusivas. Em Belém, um dos pontos de encontro desse público é o restaurante Engenho Dedé, que possui quase mil rótulos de cachaças artesanais, sendo alguma destas de fabricação própria.

“Todas as cachaças do restaurante são artesanais, não trabalhamos com industriais. Inclusive as nossas mesmas, as do Dedé, são produzidas por demanda em uma das melhores regiões produtoras de cachaça do Brasil, em Papagaios, no Norte de Minas Gerais”, destaca Rogério Perdiz, diretor executivo do Grupo Dedé.

Entre as mais pedidas pelos clientes está a Piragibana, que possui um longo envelhecimento em bálsamo e carvalho, de cor amarelada e com uma mescla de aromas de baunilha, tutti-frutti, coco e raízes. No paladar, ela traz um gosto doce, de chocolate, além de causar uma sensação aveludada na boca.

Outros rótulos que também se destacam são: jambucana, a famosa cachaça de jambu, com o toque da Amazônia, a melaço e a carvalho, todas próprias da casa. Em seguida, chamam a atenção do público as salineiras centenárias, estas mais procuradas por colecionadores.

A farmacêutica Elizabeth de Jesus, de 30 anos, possui a sua preferida, a de jambu. Ela acredita que a mistura da cachaça com a planta típica do Norte do Brasil ajuda a popularizar a bebida, principalmente entre os jovens, que costumam tomá-la não apenas pelo sabor, mas também pela sensação de dormência nos lábios.

“Nos últimos anos vejo que as cachaças que fogem do tradicional são as mais populares no meu círculo social. Em aniversários ou ocasiões especiais também presenteio familiares e amigos com a bebida”, conta Elizabeth.

Uísques

Outro tipo de destilado que faz sucesso entre os clientes é o uísque. Alguns rótulos são tão exclusivos que não são encontrados em outro local da cidade, apenas no Mercado Livre.

No Engenho Dedé, os clientes encontram alguns clássicos como o Ballatine’s 30 anos, o White & Mackay de 40 anos e o Royal Salute de 38 anos.

“O consumo de destilados pelo público paraense tem nos surpreendido bastante. Cresceu muito a procura em nosso estabelecimento por apreciadores que dizem só encontrar aqui os rótulos que desejam. Ficamos felizes de nos tornarmos uma referência para esse público em Belém”, conclui Rogério Perdiz.