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Exposição “A Pele da Cor Expandida” de Simões até 26 de maio

São 47 anos de trajetória, exposições e premiações. Uma delas, o traz de volta à cena com “A Pele da Cor Expandida”, exposição individual do artista plástico Simões, contemplada com o Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Pará.

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Simões é um veterano nas artes, podemos afirmar. Interessou-se por arte muito jovem, realizando a primeira exposição em 1976, aos 17 anos. Tornou-se um dos expoentes da geração oitentista de artistas plásticos paraenses. Nutrindo-se do seu tempo presente, o artista segue seu caminho acreditando nas “poéticas do misticismo, de naturezas-mortas” ou mesmo “arrebatado por um Eros interior, permeado de sensualidade, seja em personagens femininos ou masculinos”, como diz Vera Maria Segurado Pimentel, Doutora em Comunicação, Linguagens e Cultura (UNAMA – 2022) e pesquisadora, que se debruçou sobre a trajetória do artista para sua tese de Doutorado.

A Pele da Cor Expandida traz sequências de cores e formas. São mais de 80 obras, numa mesma exposição. “É a primeira vez que reúno tantas obras assim”, espanta-se o próprio artista, cuja produção sempre foi variada. Nesta exposição, as pinturas sobre tela e papel indicam, mais uma vez, mudanças e experimentações.

“São suportes com os quais venho desenvolvendo uma pesquisa formal, ancorada na cor, elemento sempre presente na minha obra, porém, aqui, dissociada dos elementos que, de certa maneira, sempre caracterizaram o meu trabalho – a figura humana e elementos do cotidiano – uma obra alicerçada no figurativo. Nesta nova pesquisa eu abandono tudo isso e me lanço em experimentações onde a abstração geométrica ocupa e define o ‘território visual’, sem dispensar a cor, muito pelo contrário, aqui ela afirma-se como centralidade incontornável”, explica Simões.

Para Vera Pimentel, um ser humano inquieto, “que se desconstrói e se desnuda ao transpor para as telas, toda emoção interior que pulsa nas veias, um autodidata e curioso, cujo verbo experimentar é a essência do seu trabalho. Simões apresenta concepções e ideias que se materializam a partir do seu olhar e da técnica da policromia”, continua Vera.

O artista também traz hiatos em sua produção. Entre 2000 e 2010, por exemplo, ele se afastou do atelier para dar vida ao emblemático Café Imaginário, bar e espaço cultural temático que fez cena em Belém naquele período e que revelou, ainda, uma outra aptidão do artista, a cozinha. Simões é responsável pelo surgimento da Pizza de Jambú, hoje comum nos estabelecimentos paraenses. De fato, Simões nunca se afastou do seu fazer artístico, que esteve e segue presente em tudo que ele construiu e constrói, hoje, em seu atelier situado na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.

Serviço
Abertura da exposição “A Cor da Pele Expandida”, de Simões. Nesta quarta-feira, 26 de abril, às 19h, na Galeria Benedito Nunes, do Centur. A mostra segue aberta até 26 de maio. Realização: Prêmio Branco Melo, Galeria Benedito Nunes, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado.

Fonte: Assessoria de Imprensa