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VoltarEstado entrega o novo Museu do Marajó em Cachoeira do Arari
Esta quinta-feira (03), foi de festa e celebração no município de Cachoeira do Arari, no arquipélago do Marajó. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), devolveu ao povo paraense um importante ícone, símbolo da cultura, conhecimento e patrimônio marajoara: o Museu do Marajó. A instituição, fundada pelo padre Giovanni Gallo, foi totalmente reformada e requalificada e promete se somar a outros investimentos do governo naquela região que, em breve, se transformará em um dos maiores pólos de turismo e cultura do Pará.
A cerimônia de entrega contou com a presença do governador Helder Barbalho, da primeira dama, Daniela Barbalho, do senador Jader Barbalho, da deputada Federal, Elcione Barbalho, da secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, do secretário Regional do Marajó, Jaime Barbosa, do prefeito de Cachoeira do Arari, Antônio Bambueta, entre outras autoridades. A programação iniciou com uma visita ao equipamento e continuou com cortejo do tradicional cordão do Gallo até o Ginásio Poliesportivo Manoel Xavier Barbosa, com shows de artistas locais e pronunciamento das autoridades. O senador Jader Barbalho, inclusive, foi o autor da emenda parlamentar que garantiu a quantia de R$ 1 milhão para as obras.
“A cultura marajoara é um patrimônio da história do Pará. E com este museu, certamente, nós temos a oportunidade, primeiro da preservação desta história, da valorização da memória do padre Giovanni Gallo, e a oportunidade para que novas gerações possam vir aqui conhecer, estudar, pesquisar, e valorizar aquilo que é feito pelo paraense. Nós temos muito o costume de sempre buscar fora aquilo que nos serve de referência. Acho que está na hora de a gente olhar pra dentro de casa e ver aquilo que se faz de tão bonito e ter orgulho, pertencimento daquilo que nossa cultura nos proporciona. Esse espaço é para isso: para mantermos a cultura e estimularmos pessoas a conhecer Cachoeira, vir conhecer o Marajó, e estimular através da cultura, o turismo, o lazer e claro, fazer com que os ensinamentos, o empirismo do Padre Gallo sirva sempre como referência, da importância do conhecimento do caboclo do Marajó”, destacou o governador Helder Barbalho.
Na ocasião, o Chefe do Executivo também garantiu que o Governo já estruturou junto à Secretaria de Turismo um plano para que o município de Cachoeira possa integrar de turismo do arquipélago marajoara. “Com este museu, Cachoeira entra na rota e claro, impulsiona e estimula a iniciativa privada para investir na rede hoteleira, para restaurantes possam abrir, com o apoio do Sebrae para dar o suporte, incentivo para mão de obra, que necessariamente será demandado aqui. Portanto, esse museu chega com diversos componentes, mas acima de tudo em respeito ao Marajó”, completou Helder Barbalho.
A cerimônia também contou com a participação animada de boa parte da comunidade, além dos diretores locais do Museu, que destacaram a alegria do momento, como Zezé Gama, conhecida como Dona Zezé. “Não tenho palavras para expressar a satisfação e a felicidade de conseguir viver o sonho do Padre Gallo realizado, porque há muito tempo ele ansiava esse apoio do Governo para que a gente conseguisse essa reforma. Ver isso aqui hoje, se concretizar, é uma satisfação muito grande. A única palavra é gratidão ao governo do Estado por ter abraçado esse desafio. Com essa inauguração, espero ver outra parte do sonho realizado, que era de que o Museu pudesse servir de pólo de desenvolvimento para o município”, afirmou dona Zezé.
Para a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, a reforma, revitalização e requalificação do Museu do Marajó também abrange um espaço afetivo de pertencimento do povo de Cachoeira do Arari. “Este foi um dos trabalhos mais bonitos realizados por essa equipe. Um compromisso do Governo do Estado de entregar esse museu do tamanho que o coração, que o legado do Padre Gallo merece. Estamos devolvendo à população um espaço que conta a história da ocupação desse território, desses campos alagados, desses povos ancestrais que ocuparam essa região, com sociedades extremamente complexas. Com um acervo que esse museu tem, tão rico, tão importante com objetos que contam essas histórias de dinâmica de vida desse povo marajoara, desse vaqueiro marajoara, dessas crenças religiosas e desse sincretismo tão especial, dessa festividade do glorioso São Sebastião, que faz parte do cotidiano dessa gente. Vir ao Estado do Pará, com certeza, exige uma parada obrigatória de imersão nessa Amazônia profunda, nessa Amazônia dos campos marajoaras, nessa Amazônia dos encantos e o Museu do Marajó está pronto para receber todos os visitantes do mundo, para contarmos essa história”, reforçou a Secretária de Cultura.
Há dois anos à frente do trabalho de arrolamento museológico do acervo do Museu, Armando Sobral, diretor do Sistema Integrado de Museus e Memórias, destaca importantes pontos deste trabalho. “É uma satisfação muito grande, uma honra ter participado de um projeto como esse, de reintegração do Museu do Marajó. Foram dois anos de trabalho, desde 2020 com o arrolamento do acervo de milhares de peças que foram identificadas, que agora fazem parte de um sistema de dados que pertence ao Governo do Estado. Um Museu que está sendo reintegrado por esforço de toda essa equipe da Secult, do Sistema Integrado de Museus para que ele também se torne mais um espaço sistêmico aos outros que já existem no Estado, para que a gente possa daí aprofundar esse trabalho de consolidação de todos os aspectos que dizem respeito a um espaço de memória como esse, consolidar sua parte física, administrativa, pensar também o museu dentro de um modelo de sustentabilidade e o que é mais importante: um espaço que é uma mola de desenvolvimento social, econômico pra comunidade de Cachoeira do Arari e que também proporcionou a empregabilidade para essa comunidade. Foi uma honra muito grande trabalhar e agora reintegrar esse espaço a essa comunidade”, explica Armando.
*Investimento*
O projeto arquitetônico de reforma do Museu do Marajó foi concebido pelo Departamento de Projetos da Secult após diversas escutas e participação ativa da comunidade. Ele traz como conceito o diálogo entre a tradição e a contemporaneidade. Com uma área útil de 3.062m², o Museu do Marajó conta agora com um grande salão de exposições, remanescente do museu original, incluindo fachada e área de exposições.
Na atual concepção museológica foram incluídos novos espaços associados ao grande salão original: como um novo acesso, através de um hall de entrada voltado para a rua principal, uma lojinha do Museu, área administrativa e apoio técnico, a casa do Padre Gallo, varandas externas voltadas para o bosque do Museu e um novo acesso coberto para a reserva técnica do complexo. Também foram incluídos no novo conceito um conjunto de banheiros públicos e circulações internas ajardinadas.
“O governo do Pará está de parabéns por esta bela obra. O museu do Marajó é um patrimônio do povo Paraense, e é a prova do compromisso do governador Helder em levar as políticas públicas para todos os cantos do Pará. Hoje, os Marajoaras terão orgulho de ver sua história e sua cultura preservados em um espaço tão bonito”, destacou o Deputado Federal Beto Faro.
Nas áreas externas, anexas ao pavilhão principal do Museu, foram incorporadas duas praças, uma interna que conecta o pavilhão principal do Museu à sepultura e à casa do padre Gallo, além da praça externa criada a partir da retirada dos muros do Museu ao longo da nova fachada principal, possibilitando uma interação direta com a cidade. Com a reforma, o Museu também recebeu novas instalações elétricas, hidrossanitárias, instalações de prevenção e combate à incêndios. Além de iluminação especial para a exposição e climatização geral. O investimento total foi de R$ R$ 3.876.302,95.
Texto e imagens: Agência Pará / Governo do Pará (SECOM)