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VoltarMariza Black lança “Legítima Defesa” nas plataformas digitais
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Mariza Black lança o single Legítima Defesa, composição de Naldinho Freire, com letra de Escurinho e percussão de Loba Rodrigues. Gravada em Belém, em novembro de 2020, mês da Consciência Negra, a canção será disponibilizada em todas as plataformas digitais da Na Music. Além da música, também será disponibilizado nos canais de Youtube dos artistas, um clipe e um mini doc mostrando os bastidores da gravação. Os vídeos têm a direção de Vinicius Fleury – Flemi Filmes e a canção tem a participação de Marcel Barretto (violão / Aço, synth bass, gravação e masterização – Budokaos).
Legítima Defesa é inspirada em ritmos afros, oriundos de Cabo Verde e da Nigéria, além de uma mistura cultural brasileira interessante ao reunir artistas do Pará, Paraíba e Pernambuco. Fala sobre como é viver num país que foi colonizado como o Brasil, mas embora já tenham se passado séculos, ainda se vive aqui, situações de racismo e violências que se refletem principalmente nas periferias. Para Mariza Black, paraense nascida em Belém, foi um prazer gravar a música.
“Foi uma honra gravar essa música, ainda mais pela mensagem que ela nos repassa de luta e resistência da cultura negra, em nosso país”, diz ela, que possui voz inconfundível. A artista, que sempre mergulhou no samba, interpretando obras de grandes compositores, agora segue um caminho mais autoral. Há dezessete anos cantando profissionalmente, em 2019, lançou seu 1º álbum intitulado “Samba Parauara”.
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Imagem: Mácio_Ferreira
Mariza Black é uma das maiores intérpretes de samba paraense. Com 17 anos de carreira, ela é a cor e a voz, com presença marcante nos palcos, cantando e encantando ao som da percussão e do cavaquinho na cadência de composições do samba local, bem como na interpretação de grandes clássicos nacionais.
A paraense também é uma das raras mulheres puxadoras de samba enredo com atuação nas escolas de samba Caprichosos da Cidade Nova (Ananindeua), Piratas da Batucada (Belém) e Crias do Curro velho (Belém) e do Bloco Unidos da Pedreira (Belém). Atualmente, ela coordena o Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba no Estado do Pará.
O convite para gravar Legítima Defesa partiu de Naldinho Freire, parceiro do músico e poeta Escurinho, artista paraibano como ele. Compositor e também letrista, o músico lançou em 2019, em Belém, o álbum “sem chumbo nos pés”, como uma das ações de um projeto de intercâmbio realizado pela UFPA, e que aproxima, pelo viés do turismo cultural, Belém e Cabo Verde. Em 2020, o intercâmbio também teve desdobramentos, ocasião em que Mariza Black é convidada para uma de suas ações, estreitando assim a relação profissional entre os artistas.
“Quando li essa letra, lembrei imediatamente do ritmo da Tabanca, que conheci a partir do meu encontro com o músico cabo-verdiano Mário Lúcio, e que se parece muito com o Ijexá. Pensei imediatamente na Mariza Black para interpretá-la”, diz Naldinho. “E também convidamos a percussionista Loba Rodrigues”, complementa ele que em 2010, através da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, realizou shows na cidade de Praia e São Domingos.
Loba diz que eles se reuniram para fazer o desenho rítmico da música e ela foi inserindo outros elementos. “Eu me inspirei nos grupos de afoxé, os mais diversos, e também no ritmo da Tabanca, que Naldinho me apresentou. Fiz uma pesquisa e o que ouvi mais, foi o trabalho do grupo Sementeira, do qual participou o músico Mário Lúcio, que esteve em Belém em 2019”, comenta.
A Tabanca é um ritmo binário, executado por tambores, cornetins e búzios, estes geralmente em três registos diferentes (grave, médio e agudo) responsáveis pelo ostinato rítmico-melódico, cuja tessitura geralmente é de uma sexta. Já o Ije’xa, é oriundo da cidade da Nigéria, mas foi trazido para a Bahia pelo enorme contingente de iorubás escravizados que aportou neste estado do final do século XVII. Esse ritmo vem desde então sendo executado na música brasileira por artistas diversos.
O autor da letra, Escurinho, é artista pernambucano radicado na Paraíba. Nascido no Sertão de Pernambuco, Escurinho acabou se mudando com a família para a cidade Catolé do Rocha, na Paraíba, onde passou a maior parte da infância e adolescência e onde tem os primeiros contatos com o fazer musical. Foi nesse contexto que conheceu o jovem Chico Cesar que passou a ser um parceiro, e, mais tarde, em João Pessoa, Naldinho Freire, cantautor paraibano, cujo trabalho remonta aos anos 90, quando lançou o LP Lapidar.
Serviço
Lançamento do single e clipe de Legítima Defesa, música de Naldinho Freire, com letra de Escurinho e interpretação de Mariza Black. Dia 15 de janeiro, às 19h, nas principais plataformas digitais da música e YouTube dos artistas.
Confira: