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Parque Cemitério da Soledade abre para visitações em Belém

No último dia 11 de janeiro, véspera do aniversário de 407 anos da Fundação de Belém, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), entregou mais uma importante obra na capital paraense: a primeira fase do Parque Cemitério da Soledade, um verdadeiro presente para a população. A entrega ocorreu durante cerimônia no local e contou com a presença do governador Helder Barbalho, da vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, do Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, do Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues e do Reitor da Universidade Federal do Pará, Emanuel Tourinho.

“Hoje, nós estamos devolvendo esse espaço de visitação para que tenhamos aqui uma oportunidade relevante para a preservação da história do nosso Estado, da nossa capital, fortalecendo a vocação da cultura e, acima de tudo, a riqueza arquitetônica e neste caso, funerária. Essa é a primeira experiência no Pará de um parque cemitério, como ocorrem em tantas cidades, particularmente na Europa e em países com civilizações mais antigas. Nós estamos aqui, portanto, fazendo deste espaço, mais um local de visitação em Belém para estimular o turismo e o lazer na nossa cidade. Tivemos aqui mão de obra paraense de técnicos e pesquisadores que foram fundamentais para que pudéssemos resgatar e preservar, a partir do talento de tantos que estudaram e se especializaram neste tipo de restauração e cultura”, destacou o governador Helder Barbalho.

O Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, ressaltou a importância do espaço como equipamento público de turismo e de cultura. “O cemitério da Soledade representa um marco arquitetônico para a cidade de Belém. Na época, esse espaço foi inspirado em estruturas européias, como esse conceito de jazigo, no momento em que Belém vivia uma situação de epidemias. O cemitério também foi o marco da expansão urbana. Aqui não era o centro da cidade, como é hoje, era uma área mais rural da cidade de Belém e que passou a ser ocupada. Então, trazer o cemitério não apenas foi atender uma necessidade da época, mas ele trouxe também um aspecto de desenvolvimento urbano. Hoje, devolver para a população este monumento é muito importante. Entregarmos toda esta estrutura para nossa cidade no seu aniversário é uma realização que o Governo do Estado do Pará”, explicou.

Todo o trabalho está sendo acompanhado e fiscalizado de perto pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Dphac), como explica a diretora do departamento, Karina Moriya.

“O Dphac ajuda sendo fiscal do contrato firmado com a Universidade Federal do Pará, através do Lacore. Ele também realizou o estudo sobre a história, sobre a importância do local, para assim ser apresentada a museologia num espaço expositivo que é anexa à Capela. Agora, o Parque Cemitério Soledade é um equipamento muito importante não só para o estudo da arquitetura mortuária de Belém, mas também como área pública em que as pessoas podem usufruir de toda paz que existe no local, toda a atmosfera desse quadrante em pleno centro de Belém, que transmite uma tranquilidade para que elas possam refletir não só sobre o pós morte, mas também à respeito da vida: o quê que a gente quer levar desta vida? É sobre o cuidado que se deve ter com a história não só da cidade, como a da nossa própria história.”

A entrega foi acompanhada de perto por um grande público que aguardava a cerimônia desde a tarde, como a educadora Fernanda Alves, 52. “Eu achei uma ideia fantástica dar a este espaço, que estava abandonado, uma nova utilidade e ao mesmo tempo preservar a história. O cemitério com certeza é símbolo da Belém da nossa infância e agora, está acessível a todos. A iniciativa está de parabéns”, afirmou a educadora.

O autônomo José Henrique Santos, 49, conta que sempre pegou ônibus nas proximidades do cemitério para ir ao trabalho e tinha muita curiosidade em saber como era o equipamento por dentro. “Eu sempre olhava do muro para dentro, tinha curiosidade de ver os jazigos de perto, saber das personalidades enterradas aqui e agora estou tendo essa oportunidade. Tenho certeza que não sou o único, muitas pessoas também querem conhecer porque quem sempre passa por aqui, em algum momento já quis saber. Esse não é um local que dá medo, mas desperta curiosidade”, relata o autônomo.

Segunda fase da obra

De acordo com o titular da Secult, Bruno Chagas, após a abertura do equipamento de cultura, as ações de restauração continuarão sendo feitas nos mausoléus e destaca as atividades que ocorrerão no espaço a partir dos próximos dias.

“A parceria com a Universidade Federal vai continuar numa segunda fase da obra e aqueles mausoléus, que ainda não tiveram intervenção, terão nos próximos 20 meses. Nosso objetivo é concluir a obra em menor tempo possível, sabemos que este tipo de intervenção requer um trabalho minucioso, detalhado e, em breve, teremos um parque em sua completude. Nós teremos atividades focadas na valorização do Patrimônio, nesse primeiro momento, mas isso não vai descartar outras atividades culturais, eventos, saraus, que nós podemos organizar dentro do novo Parque”, enfatizou Bruno Chagas.

Obras

Realizada em parceria com o Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação da Universidade Federal do Pará (Lacore/UFPA), as obras no antigo cemitério da Soledade receberam um investimento de aproximadamente R $16 milhões e geraram cerca de 350 empregos.

O espaço começou a receber intervenções em agosto de 2021, que beneficiaram toda a estrutura funerária, além de obras na parte hidráulica e elétrica, construção de calçamentos com acessibilidade, banheiros, área para administração, iluminação e paisagismo, além de uma nova entrada pela Travessa Dr. Moraes. A capela, o muro e o pórtico de entrada receberam pintura e o espaço agora passa a abrigar um museu com exposição permanente com curadoria do Sistema Integrado de Museus e Memórias da Secult (SIMM). O trabalho seguiu as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que aprovou o projeto inicial do arquiteto Paulo Chaves (1946-2021).

Visitações – As visitações no espaço, inicialmente, serão de quinta a segunda-feira, sempre de 9h às 17h. As terças e as quartas serão dedicadas aos trabalhos internos.

Fonte: Agência Pará