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Paula Giordano expõe Catarse de Devoção

Cansaço, choro e dor. Tudo isso envolvido em uma devoção capaz de sobrepujar limites. É com este olhar que a artista visual Paula Giordano inaugura sua exposição individual de fotografias intitulada “Catarse de Devoção”. A abertura ocorre na quinta-feira, 5 de outubro, às 19h, na Galeria Benedito Nunes, no subsolo do Centur. A visitação segue aberta até 28 de novembro, de segunda a sexta, sempre das 09 às 17h, de forma gratuita. O projeto foi contemplado com o Prêmio Branco de Melo 2023.

Catarse de Devoção nasce de uma pesquisa iniciada pela artista em 2012, onde ela investiga a relação dos devotos com a corda, um dos principais signos do Círio de Nazaré. “Os devotos de Nossa Senhora mergulham em rezas, cânticos, pedidos, agradecimentos e, com sua devoção, arrastam a corda por longas horas, transformando-a em protagonista da procissão”, observou Paula.

A corda é um dos símbolos mais importantes da festividade do Círio e passou a fazer parte da história em 1885, quando uma maré alta, na Baía do Guajará, provocou um alagamento na orla, desde as proximidades da Feira do Ver-o-Peso até a Igreja das Mercês, no momento da procissão. Isso fez com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, o item foi incorporado às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis. Atualmente, é confeccionada em sisal, mede 800m de comprimento e 50 milímeteros de diâmetro, dividida em duas partes. Pela primeira vez, em 2023, será totalmente produzida no Pará, desde a coleta das fibras à sua finalização.

A mostra inaugura às vésperas do Círio de Nazaré e dialoga com o momento de efervescência da devoção mariana na capital paraense. Com suas fotografias, Paula espera instigar aquele que observa a passagem do “rio de gente”, com suas enchentes, vazantes e turbulências, existindo assim uma poética dramática que se descortina, quando o homem através destes sacrifícios crê estar purificando sua alma.

Nas palavras de Paulo Leonel Gomes Vergolino, professor efetivo em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Pará (IFPA), “a fotógrafa é atraída pelo gesto, pelo instante, pelo olhar emocionado, pelo que nos move a sermos mais humanos: o nosso poder de acreditar, de persistir e de fazermo-nos presentes, pertencendo a uma mesma devoção. Ela faz brotar todo o poder inato da imagem, sem subterfúgios, como se por si só prescindisse de excesso de conceitos”, finalizou.

PAULA GIORDANO

Paraense, é artista visual e médica. Realiza pesquisas e projetos fotográficos autorais que buscam um diálogo com a expressão de sentimentos e emoções, relacionados aos dilemas existenciais do ser humano, bem como trabalhos com um viés documental que transitam no campo da antropologia ao investigar as relações do homem com o meio e a religiosidade. Atualmente, opera na fotografia e videoarte, com enfoque nas relações corpo, imagem e luz. Possui obras nos acervos do Museu im Spital Grunberg – Alemanha, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu de Artes Plásticas de Anápolis/GO, Museu de Arte Sacra de Belém/PA e Galeria Theodoro Braga, Belém/PA. É uma das vencedoras do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023, o principal festival de fotografia documental do Brasil.

SERVIÇO:
Exposição Catarse de Devoção, de Paula Giordano, inaugura às vésperas do Círio.
Data: 5 de outubro de 2023. Horário: 19h.
Local: Galeria Benedito Nunes (subsolo do CENTUR).
Endereço: Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré.
A visitação segue aberta até 28 de novembro, de segunda a sexta, sempre das 09 às 17h. Entrada franca.
Contatos: galeriatheodorobraga@gmail.com (CENTUR) e (91) 9999-17101
Projeto contemplado com o Prêmio Branco de Melo 2023.

Fonte: Debb Cabral-Assessoria de Imprensa