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Siriá é reconhecido como patrimônio cultural e imaterial do Pará

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) reconheceu o gênero musical Siriá como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará. De autoria da deputada estadual Dilvanda Faro (PT), o Projeto de Lei 391/2021 foi aprovado por unanimidade na Casa de Leis, nesta terça-feira (12). Agora, o PL segue para sanção do Executivo.

Originário de Cametá, o gênero quase foi extinto. Porém, o multi-instrumentista Joaquim Maria Dias de Castro, mais conhecido como Mestre Cupijó ousou em transformar o gênero popular do interior do estado em sucessos musicais com a inserção de elementos inovadores.

Para que o Siriá não desaparecesse, Cupijó acelerou a batida e incluiu arranjos de sopro, agregando, ainda, a influência caribenha, como o mambo e o merengue. Sua adaptação fez sucesso na década de 1970 e chegou a ser regravado por artistas como Fafá de Belém e por Roberto Leal, conquistando sucesso em nível nacional.

“Este Projeto de Lei tem como objetivo reconhecer e dar o devido valor para o gênero musical reinventado pelo cametaense Mestre Cupijó, para que as novas gerações de músicos encontrem as antigas gerações, e, assim, descubram e conheçam melhor a música popular do nosso Pará”, destaca a deputada.

Resgate cultural

Para resgatar a história do Siriá, em 2019, foi lançado o longa-metragem “Mestre Cupijó e seu Ritmo”, produzido pela cineasta paraense Jorane Castro, sobrinha do músico. Após o falecimento do tio, ela conversou com a família sobre o desejo de realizar o documentário, mostrando também a história da banda “Azes do Ritmo”.

O longa traz depoimentos de pessoas que eram próximas ao Mestre e uma mescla de imagens de arquivo que apresentam as falas de Cupijó, bem como de seus filhos e de várias integrantes do projeto. As pesquisas realizadas pro longa deram origem, ainda, ao Baile do Mestre Cupijó.

Além de músico e compositor, Cupijó foi vereador e advogado. Morreu em Belém no dia 25 de setembro de 2012, acometido por um câncer. Afastado dos palcos por conta da doença, ele reclamava do ostracismo.

Vale lembrar que o Estado já reconhece como patrimônio a manifestação folclórica do Siriá, com destaque para a dança coreográfica, por meio da Lei 8.453/2016.